Movimentos sociais como agentes de mudança: combatendo as desigualdades alimentares interseccionais, fazendo dos alimentos teias de vida

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36920/esa31-2_01tr

Palavras-chave:

desigualdades alimentares, movimentos alimentares, desigualdades sociais, interseccionalidade, movimentos sociais

Resumo

O que a diversidade de movimentos sociais e de iniciativas alimentares nos diz sobre os processos de mudança social? Argumento que essa diversidade oferece uma lente analítica fértil para se investigar a mudança social, uma vez que esses agentes identificam injustiças e dinâmicas de desigualdades no sistema alimentar e se engajam ativamente em transformá-las. Iniciativas alimentares alternativas locais representam uma reação aos impactos ambientais associados às relações alimentares globalizadas; movimentos de soberania alimentar salientam as desigualdades de classe e as assimetrias de poder do sistema alimentar, as quais afetam os direitos das pessoas a práticas alimentares culturalmente adequadas; movimentos por justiça alimentar denunciam o racismo institucional; movimentos feministas lutam contra as persistentes desigualdades de gênero que estão presentes desde a produção até o consumo de alimentos; movimentos veganos defendem os direitos dos animais. Cada um destes movimentos e iniciativas é geralmente associado a uma região diferente do mundo: movimentos por justiça alimentar mais presentes nos Estados Unidos, movimentos de soberania alimentar mais ruidosos no Sul Global, movimentos alimentares feministas mais ativos na América Latina e movimentos alimentares locais mais comuns no Norte Global. Neste artigo, as diversas vertentes do ativismo e da pesquisa sobre as desigualdades sociais relacionadas à alimentação são reunidas sob o conceito guarda-chuva das desigualdades alimentares. Além da construção conceitual, este artigo contribui para uma sociologia dos estudos alimentares ao mapear a geopolítica do conhecimento sobre a mudança social que está por trás da crescente mobilização em torno das questões alimentares.

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Biografia do Autor

  • Renata Campos Motta, Universität Heildeberg – Heidelberg, Alemanha

    Professora de Sociologia no Heidelberg Center for Ibero-American Studies (HCIAS), da Universidade de Heidelberg, Alemanha. Líder do Grupo de Pesquisa Alimento para Justiça: Poder, Política e Desigualdes Alimentares na Bioeconomia, financiado pelo Ministério de Educação e Pesquisa da Alemanha (2019-2025). Doutora em Sociologia pela Freie Universität Berlin, Alemanha. Mestra em Ciências Sociais pela Universidade de Brasília (UnB).
    renata.motta@uni-heidelberg.de
    https://orcid.org/0000-0001-5461-6917

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Publicado

09-08-2023

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