‘Sou preta, pobre e bicho do mato. É muita coisa pra uma pessoa só!’: violências, resistências e formas de luta das jovens mulheres na Região do Bico do Papagaio – TO, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.36920/esa31-1_st06Palavras-chave:
mulheres rurais, geração, raça, trabalho, sexualidade, territórioResumo
A diversidade das condições e modos de vida das mulheres do território Bico do Papagaio – TO, no Norte do Brasil, compreendem questões ligadas à terra e à produção, à família, à sexualidade, ao gênero e ao pertencimento ao espaço rural. Partindo deste contexto, o presente artigo investigou como a construção das identidades e a participação das mulheres em espaços de decisão são atravessadas pelas dimensões de raça e de geração. A análise se baseia nos resultados do Projeto de Extensão Diagnóstico Participativo das Juventudes do Bico do Papagaio/TO, realizado em 2019, com a participação direta das juventudes do território. O projeto envolveu levantamentos de dados primários e secundários sobre a região e seu perfil demográfico. Os dados evidenciam a pluralidade de formas de manifestação da divisão sexual do trabalho e mostram como aspectos de gênero, racismo e preconceitos associados à origem rural compõem uma matriz de desigualdades que inventa e reinventa as relações rural e urbana em meio à objetividade de fronteiras invisíveis. Observar as jovens mulheres, e as mais velhas, em especial as lideranças do Movimento Interestadual de Mulheres Quebradeiras de Coco Babaçu (MICQCB), e como elas expressam e percebem formas de controle sobre seu corpo, relações de trabalho e dinâmicas de circulação no território, nos permitiu descortinar a persistência de violências imbricadas em relações de poder em uma sociedade patrical, racializada e heteronormativa. Ademais, foi possível captar as estratégias de resistência e enfrentamento, igualmente multifacetadas.
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Copyright (c) 2023 Elisa Guaraná de Castro, Luiza Borges Dulci , Joyce Gomes de Carvalho

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