A Agricultura Natural de Mokiti Okada: uma experimentação moral e política como fonte de inovação de ordem ecológica
DOI:
https://doi.org/10.36920/esa-v30n1-4Palavras-chave:
transição ecológica, agriculturas emergentes, inovação agropecuária, filosofia religiosa contemporânea, cosmopolíticasResumo
Este artigo veicula uma análise das trajetórias de desenvolvimento da Agricultura Natural no Brasil. Esta última é apoiada por diferentes organizações ligadas à Igreja Messiânica Mundial do Brasil, que consideram seu desenvolvimento como necessário para o advento do “Paraíso na Terra”, ou seja um mundo “sem doença, sem pobreza e sem conflito”, tal como projetado por Mokiti Okada, fundador deste movimento filosófico religioso nos anos 1930, no Japão. Seguindo os passos da filósofa Emilie Hache, este caso é abordado como uma potencial resposta prática à crise ecológica contemporânea, concebida como sendo simultaneamente de origem moral, política e epistemológica. O artigo destaca as trajetórias evolutivas muito diferentes dos dois principais sistemas de atividade agrícola desenvolvidos pelo movimento (horticultura e avicultura). Com efeito, ambos conhecem o mesmo conjunto de tensões, entre identidade do movimento e exigências religiosas, por um lado, e imperativos de desempenho técnico e financeiro, por outro. Essas tensões são resolvidas de formas muito diferentes em virtude das especificidades da horticultura e da avicultura no seio da Agricultura Natural. A análise permite assim sublinhar as contribuições e os limites desta dinâmica, mas também seu alcance muito além de suas próprias fronteiras, revelando o interesse que uma experimentação moral e política de natureza ecológica deste tipo representa para abordar as questões de desenvolvimento sustentável.
elocation-id: e2230104
Recebido: 13.08.2021 • Aceito: 08.02.2022 • Publicado: 23.02.2022
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