A pluriatividade como estratégia de reprodução social da agricultura familiar no Sul do Brasil
Resumo
Este trabalho examina a emergência e a consolidação de atividades não agrícolas no espaço rural e a formação de unidades produtivas agrícolas crescentemente identificadas com a pluriatividade de seus membros. Situa-se no âmbito das pesquisas que buscam demonstrar os mecanismos e as estratégias que vêm viabilizando formas familiares de produção no campo. A combinação permanente de atividades agrícolas e não agrícolas, em uma mesma família, caracteriza e define a pluriatividade, que tanto pode ser um recurso ao qual a família faz uso como representar uma estratégia individual dos membros que constituem a unidade doméstica. O estudo focaliza as unidades familiares localizadas na região da Colônia Velha alemã, no Rio Grande do Sul, e na região do Médio Vale do Itajaí, em Santa Catarina. Nessas regiões, parte significativa das unidades familiares não depende mais exclusivamente do trabalho agrícola, pois seus membros ampliam o orçamento doméstico através do recurso por meio de atividades realizadas fora da propriedade, em tempo integral ou parcial. As atividades não agrícolas desenvolvidas são variadas, dependendo do contexto na qual as unidades familiares se inserem. A adesão à pluriatividade algumas vezes provoca modificações na organização da unidade produtiva agrícola, estimulando o uso da terra para cultivos permanentes, como o reflorestamento, ou a agricultura de subsistência. Outras vezes, a pluriatividade de membros da família não afeta a produção agrícola, caracterizando-se basicamente como estratégia de emprego de mão-de-obra excedente na agricultura. Esta delimitação da problemática social investigada fornece a moldura e o escopo da discussão teórica desenvolvida na tese, sobre o significado da pluriatividade numa sociedade capitalista, com base principalmente na contribuição marxista e neomarxista ao estudo da questão agrária.Downloads
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