Políticas públicas de saúde do homem do campo no semiárido nordestino
Public health policies for rural men in the Northeastern semi-arid region
DOI:
https://doi.org/10.36920/esa-v28n3-7Resumo
O estudo buscou desvelar os fatores impeditivos à realização do exame de toque, analisando e discutindo aspectos como identidade, subjetividade e gênero, na perspectiva de compreender como se dava o mecanismo de interdição ou comprometimento da Política de Atenção Integral à saúde do homem. Objetivou analisar a natureza complexa e conflitiva do exame de toque e suas implicações para os estudos de gênero. A metodologia de natureza qualitativa e com um viés interpretativo foi apoiada na abordagem fenomenológica, cujo percurso versou pela: análise e interpretação teórica de estudos e documentos relacionados ao objeto de estudos; elaboração e aplicação de roteiro de entrevistas (foram gravadas, transcritas e analisadas) com 31 voluntários – todos homens, maiores de 45 anos e moradores da comunidade rural de Alexandria – RN, nos sítios Maniçoba e Cacimba de Cima; interpretação dos resultados e considerações. Os resultados evidenciaram que os homens procuravam os postos de saúde com pouca frequência, justificando a ausência de necessidade. Contrariamente, notaram-se posturas e afirmações de masculinidade/virilidade que sobrepunham qualquer demanda no campo da saúde, sobretudo quando versavam sobre doenças graves, como o câncer de próstata. Percebeu-se que a subjetividade do exame, onde o corpo do homem é tocado, parece ser mais significativa que o cuidado de si. Evidenciou-se nas comunidades rurais estudadas, a necessidade de criação e fortalecimento de quadros profissionais para atuarem no combate ao preconceito e na elaboração de sólido planejamento no campo da saúde do homem.
Palavras-chave: identidade; subjetividade; políticas públicas de saúde; semiárido.
Como citar
OLIVEIRA, André Luiz Abrantes; SOUZA, Bertulino José de. Políticas públicas de saúde do homem do campo no semiárido nordestino. Estudos Sociedade e Agricultura, Rio de Janeiro, v. 28, n. 3, p. 644-675, out. 2020. DOI: https://doi.org/10.36920/esa-v28n3-7.
Recebido em 25 de maio de 2020. Aceito em 31 de agosto de 2020.
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