Condições de emergência dos sem-terra em meio a reconfigurações do espaço estancieiro no Rio Grande do Sul
Emergence of landless people in the midst of reconfigurations of ranching areas in the Rio Grande do Sul
DOI:
https://doi.org/10.36920/esa-v26n2-2Resumo
O objetivo deste artigo é analisar as disputas simbólicas em torno da legitimidade da luta pela terra no contexto de uma região historicamente constituída por domínios estancieiros no Rio Grande do Sul (RS). A intenção foi compreender as condições estruturais dadas para a inserção dos agentes sociais identificados como sem-terra no espaço de relações conformado pelos antigos habitantes dos municípios dessa região, notadamente em um cenário que, desde os anos 1980, é de crise das condições de reprodução estancieira com base na venda de carnes. Optou-se por um recorte que privilegiou os processos de mobilização social deflagrados entre 2003 e 2008 em São Gabriel (RS), os quais antecederam a implantação de assentamentos rurais no município. Analisaram-se repertórios de ação articulados em um campo dos conflitos agrários composto basicamente pelo patronato rural, movimentos sociais do campo e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), além das intervenções de outros agentes como imprensa e Ministério Público. Argumenta-se que o estado de tensão que permeou tais lutas em torno de São Gabriel e que marcou negativamente os sem-terra como pessoas “vindas de fora” é tributário das condições estruturantes do espaço social, as quais restringiram a emergência de contestações locais quanto ao regime fundiário. Metodologicamente, este artigo é constituído por análise documental de processos oficiais do Incra/RS, de publicações na imprensa estadual e de livros escritos por porta-vozes legítimos dos sem-terra e dos produtores rurais em relação aos acontecimentos do período.
ZANELLA, Francis Casagranda e Marcos Botton Piccin. Condições de emergência dos sem-terra em meio a reconfigurações do espaço estancieiro no Rio Grande do Sul. Estudos Sociedade e Agricultura, junho de 2018, vol. 26, n. 2, p. 285-308, ISSN 2526-7752.
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