Prazo de chamada prorrogado da ST “Sindicalismo de Tabalhadores(as) rurais no Brasil: transformações, permanências e os 60 anos da Contag”

03-04-2023

A Seção Temática "Sindicalismo de Trabalhadores(as) rurais no Brasil: transformações, permanências e os 60 anos da Contag" será publicada na revista Estudos Sociedade e Agricultura e organizada por uma comissão composta pelo professor Marco Antonio dos Santos Teixeira (Universidade de Heidelberg) e pela professora Priscila Delgado (Instituto da Democracia).

Os artigos devem ser enviados até o dia 24 de abril de 2023, unicamente por meio do sistema de submissão da revista.


Edital completo em: https://drive.google.com/file/d/1m2a-6wF3NQbjm3DtbOEGPjeVjfcNI8aY/view?usp=sharing.

A compreensão dos fenômenos sociais, políticos, culturais, ambientais e econômicos do mundo rural brasileiro contemporâneo passa pela análise da atuação dos movimentos sociais rurais populares, entre os quais se inclui o movimento sindical. São esses sujeitos políticos que lutam pela possibilidade de permanência no campo e pela qualidade de vida de trabalhadores e trabalhadoras no meio rural. Também apontam potenciais caminhos alternativos para muitos dos problemas existentes, como a crise fundiária, questões climáticas, políticas sociais, inclusão de minorias, geração de renda.

Entre os movimentos sociais rurais populares, pela longevidade e pela relevância política, o Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR) merece destaque. Embora hoje seja impossível falar em apenas uma confederação sindical rural, dada a existência de múltiplas entidades de representação, que inclusive competem entre si, durante décadas a luta sindical de trabalhadores(as) rurais foi protagonizada pelo chamado Sistema Contag. O termo se refere ao conjunto formado pelas federações estaduais (Fetags),

sindicatos de base municipal (os STTRs) e pela instância nacional, a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), que completa 60 anos de existência no ano de 2023.

Nestas seis décadas de atuação, a Contag foi responsável por pautar, demandar e conquistar muitas das transformações que culminaram em melhorias para a população rural brasileira, de direitos previdenciários a políticas de crédito. A Contag passou por contextos de ditadura e democracia, sob governos de perfis neoliberal, popular e neodesenvolvimentista, e de extrema direita. Durante a redemocratização, contribuiu para as mudanças políticas em curso ao mesmo tempo em que foi desafiada pela emergência de novos atores coletivos e de centrais sindicais, que questionaram algumas de suas práticas e tiveram outras como base. Desta forma, não é exagero dizer que o surgimento de coletivos que lutam por pautas diversas no campo brasileiro e complexificam a composição e as formas de atuação dos movimentos sociais rurais no país ocorreu em forte relação – seja de alinhamento ou de oposição – com o Sistema Contag. O Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e o Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Nordeste (MMTR-NE), entre tantos outros, contribuíram para que novas categorias de organização política ganhassem destaque, colocando, por sua vez, novos desafios e temas à Contag e, também, a federações e sindicatos. Nas décadas recentes, foi criada a Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Brasil (Contraf Brasil) e, nos últimos anos, a dissociação entre a representação de agricultores familiares e trabalhadores assalariados levou à criação de uma confederação específica para esses últimos, a Contar. 

Considerando a importância do MSTTR para a história do meio rural brasileiro e no contexto da efeméride dos 60 anos da Contag, esta seção temática se propõe a estimular debates, reflexões e análises acadêmicas, sobretudo no campo das ciências sociais, sobre a atuação do sindicalismo rural brasileiro nas últimas seis décadas. Ao longo desse período, um conjunto importante de estudos sobre o sindicalismo rural foi produzido. No entanto, as transformações contemporâneas pelas quais vem passando o sindicalismo rural, bem como as suas contínuas e por vezes intrigantes interações com outros atores, justificam a relevância de novos estudos, compilações e dossiês sobre o tema.

 

Normas para apresentação de artigos

  1. Serão aceitos textos na forma de artigo.
  2. O prazo para submissão vai do dia 18 de julho de 2022 até o dia 3 de abril de 2023 e deve ser feita unicamente pelo sistema da revista Estudos Sociedade e Agricultura.
  3. Caberá aos Organizadores da ST e ao Comitê Editorial a decisão final sobre a publicação dos textos.
  4. Os originais devem respeitar todas as condições para submissão e diretrizes para autores da revista (https://revistaesa.com/ojs/index.php/esa/about/submissions) e serão selecionados, preferencialmente, artigos de autores vinculados a departamentos e programas de pós-graduação dentro das Ciências Sociais (Sociologia, Antropologia e Ciência Política), que é o escopo da revista ESA.
  5. A análise e a avaliação dos artigos submetidos serão feitas em 3 etapas. Na primeira, o Comitê Editorial analisará os artigos, verificando se obedecem às diretrizes da revista. Depois, os organizadores avaliarão se os artigos estão dentro do foco e do que se espera da ST. Aqueles considerados aptos, passarão então por uma avaliação cega feita por dois avaliadores ad hoc que emitirão pareceres sobre a pertinência da publicaçã Após essa avaliação poderão ser sugeridas aos autores modificações nos trabalhos. Todos os artigos submetidos passarão pelo sistema de avaliação cega por pares da revista ESA.
  6. Importante: no campo “Comentários para o Editor”, durante o processo de submissão, solicitamos que informe que se trata de artigo para a Seção Temática “Sindicalismo de Trabalhadores(as) rurais no Brasil: transformações, permanências e os 60 anos da Contag” para que a submissão se diferencie do fluxo contínuo da revista ou das demais STs que eventualmente também estejam com chamadas abertas. Artigos submetidos sem essa informação podem entrar na avaliação do fluxo contínuo, perder os prazos de avaliação próprios das STs e a revista, o Comitê Editorial e os organizadores não poderão ser responsabilizados.


Dúvidas e mais informações: estudoscpda@gmail.com